Deslize -

Deslize - E você é capaz. Para isso, não se incomode com coisas pequenas, com obstáculos que aparecem do nada, com gente que não vale a pena. Simplesmente leve a sua vida de acordo com os seus valores, seguindo a trilha da sua consciência. Não se deixe levar pela irritação, a raiva; não aceite provocações, não se incomode com a opinião de pessoas mal intencionadas. Não caia nessas armadilhas - é só desgaste e perda de tempo. Agir assim é um desafio diário, mas vale a pena.
- Chuck Palahniuk -

28 dezembro 2009

Engel


E a isso se dá o nome de sentir.
E sentir é a mais sublime das coisas da nossa vida. Talvez porque não escolhemos fazer isso.
E sentir-se bem é divino. E sentir-se triste é gracioso.
A tristeza só existe porque existe a felicidade. Uma não existe sem a outra. Se nunca tivermos uma, nunca teremos a outra.
Eu tive a felicidade maior da minha vida. Anos de companhia. E depois tive a tristeza maior da minha vida. Anos de dor. Infinitos anos de dor. Mas esses infinitos só existem porque existe um infinito sentimento de felicidade. De amor.
E amar é sentir, mais do que qualquer outra sensação.
Dividir, viver os mesmos momentos. Viver os mesmos momentos juntos ou separados. Sentir juntos. Estar juntos. Sorrir. Sorrir e não conseguir parar mais.
Rir. Rir e não conseguir parar mais. Mesmo sem olhar. Mesmo sem saber talvez.
Sentir juntos. Raiva, ódio, amor, paixão, tristeza, alegria, euforia, saudade, desprezo, calma. Dividir sentimentos.
E a isso se dá o nome de sentir. Sentir de verdade. Se duas pessoas vêem algo, aquilo, de fato, existe. Se duas pessoas sentem algo, aquilo, de fato, une.
União. União. No meu coração, na minha coragem.
E é quando um anjo da guarda de verdade vive em um destemido de verdade.

17 dezembro 2009

Review


Tava trocando de roupa quando lembrei de umas manias minhas que tinha escrito aqui no início do ano. Lembrei porque não consegui mudar a ordem de me despir e me vestir, como havia descrito lá.
Fui ler o texto.
Qual não foi minha surpresa quando percebi que era praticamente tudo igual.
(“Qual não foi minha surpresa quando...” totalmente sem nexo essa expressão né?)

Bom, vou uma a uma, veremos:

Tirar a camiseta antes da calça – Eu NÃO CONSIGO fazer diferente. Tentei hoje, mas não consegui. Acho que não suporto a idéia de ficar de camiseta e cueca.
Vestir a calça antes da camiseta – É o mesmo princípio. E sabe do que eu me lembro? Do Tom Cruise num filme, talvez Cocktail, de camiseta branca, cueca (não, eu não lembro a cor da cueca do Tom Cruise) e óculos escuros. Acho que ele tava de meia e escorregava. Cena bizarra. E imagino também um tiozão na praia, não na beira, tipo numa calçada passeando com a família, com uma camiseta branca escrito algum nome de praia chinela aqui do Brasil, de sunga e pochete. Com essas duas visões do inferno, talvez seja plausível o fato de eu ficar sempre de calça e sem camiseta e não de camiseta e sem calça.
Tirar e guardar os tênis amarrados – Basicamente igual, ainda não os desamarro. Tirando o fato de que a palavra “guardar” aqui passa a ser usada cada vez menos. A maioria dos meus tênis estão aqui do lado de fora me olhando.
Cozinhar ouvindo música – Exatamente igual. Creio que isso será eterno, só vão se atualizando as músicas. Hoje acredito, inclusive, que a boa música tem grande influência no tempero da comida. Experimente fazer um risoto ao som de “seu guarda eu não sou vagabundo, eu não sou delinquente, eu sou um cara carente...”.
Comer vendo TV – Tenho estado cada vez menos tolerante com televisão, mas um bom seriado americano com o típico humor idiota americano tem seu valor.
Dormir logo antes e/ou logo depois do almoço – Tenho feito bastante, e isso é uma dádiva, uma das minhas maiores alegrias. O logo antes tem significado “ATÉ logo antes” em alguns dias. Maravilha.
Ler deitado na rede, no verão, depois do almoço – Estamos entrando no verão. Veremos. É uma das coisas que mais espero, deve se confirmar. Ainda mais com a pilha de livros que ainda tenho pela metade.
Camiseta toda branca – Elas só se somam no meu armário. Com uma costura a mais ou a menos no ombro, a Hering vem me vestindo ao longo do tempo. As vezes uma mancha. Compro duas.
Musica alta dirigindo – Continua ali. Só sei que preciso me acalmar no trânsito, talvez falte um pouco de volume.
Celular no bolso direito – Deus me livre, acho que caio no chão se tiram ele dali. Juro que já tentei. Impossível.
Documentos e dinheiro no bolso esquerdo – Uso mais o cartão hoje em dia. Acho que se não tiver ali, eu ligo pro banco e bloqueio ele antes de procurar no bolso direito.
Beber somente água durante a refeição – Agora ela já pode vir acompanhada de um bom vinho.
Dar um (bom) intervalo entre refeição e sobremesa – Acho que deixa de ser nomeado sobremesa, e sim um doce no meio da tarde ou da noite. E o cafezinho então, que fique bem longe das refeições, tornou-se laxativo quando de sobremesa. Vai entender.
Dois travesseiros e duas almofadas pra dormir – Quantidade igual, mas qualidade superior. Meu travesseiro da NASA abraça minha cabeça e induz o sono. Isso é bom de noite, de manhã nem tanto.
Sentar no sofá, com os pés pra cima, logo após o almoço – Bah, e cada vez mais quero fazer isso. É um prazer inenarrável. Não dá pra imaginar um lugar pra mim que não tenha onde colocar os pés depois do almoço. Não consigo entender as pessoas que acabam de comer e vão lavar a louça correndo. Aliás, é com muito esforço que consigo entender aquelas que simplesmente lavam a louça.
Esperar muito tempo pra dar a primeira garfada ou mordida – Acho que essa foi a única que mudei mesmo. Na verdade nem me lembro mais de ser assim. Onde já se viu! E a fome, fica onde?
Cabeça inclinada pra direita – Tento reposicioná-la, quando lembro. Pena isso acontecer uma vez a cada duas semanas mais ou menos. Talvez fazendo RPG. Tenho desconfiado que meus olhos e o horizonte não estão bem alinhados, talvez seja isso.
Roupa confortável – As vezes tenho usado um tênis da Adidas que é mais bonito do que confortável. Dói o calcanhar e as costas e eu fico reclamando, ele não tem amortecimento. Mas sigo usando, eu gosto dele. De resto é só conforto. Minhas camisetas brancas da Hering e minhas bermudas de basquete que o digam.
Perna cruzada – Algumas pessoas dizem pra eu descruzar, que é de mulher. Não dou ouvidos. Eu gosto, e faz muito tempo que gosto. Conforto né, sempre. Se for depois de comer, de lado na cadeira então... esse sou eu.
Musica no quarto, na sala e no ouvido – Musica SEMPRE. Quero acrescentar no banheiro tambem, mas duas vezes estragou o aparelho por causa da umidade. E não tem na cozinha porque ela é junto com a sala e boto o som bem alto.
Camiseta curta por cima da comprida – E tenho dado uma atenção especial pras compridas, puramente, tambem. Mas é pensando nas sobreposições que tenho quase todas as cores de camiseta lisa. Confesso a fonte: A Mexicana (2001).
Computador na cama – Aqui e agora. E não gosto daquelas almofadinhas/mesinhas especiais pra isso.
Shampoo na cabeça – sabonete pelo corpo – água no corpo – água na cabeça – Diminuí o tempo do shampoo na cabeça, aprendi que não é bom. Somei o sabonete especial pra lavar o rosto, logo após passar o shampoo.

Minhas manias, ao invés de mudarem, foram se fortalecendo com o tempo. Hoje elas tem explicações quase que científicas.
E o pior é que na cadeira onde eu jogo minhas roupas, eu gosto de deixar a camiseta por cima da calça, pra não amassá-la. Mas tirando ela antes, isso se torna complicado. Preciso de mudanças. Urgente.

05 dezembro 2009

Falando em monogamia...


Comprei os 3 livros do José Pedro Goulart. Ele é paciente lá da clínica e eu adoro conversar com ele e ouvir as idéias dele sobre tudo. Sobre tudo. Acho ele genial.
To lendo o primeiro, chama “Confissões de um Comedor de Xis”. Uma das crônicas chama Monogamia, bem como falei a pouco aqui.
Os outros dois livros se chamam: “Minhas Certezas Erradas” e o último “A Voz que se Dane”.

Tá na mão:
“Eu lembro bem daquele dia. Como poderia esquecer? Três amigos e eu subíamos a rua da minha casa conversando, bola de futebol debaixo do braço. Acho que eu tinha uns oito anos. Subitamente alguém fez a revelação que me deixou atordoado. Me disseram, e eu fui obrigado a acreditar tal a evidência do fato, que a minha mãe havia feito sexo com o meu pai. Quanto mais eu negava, mais eles apontavam para mim como sendo a prova definitiva. A minha própria mãe! A idéia de que havia infidelidade no mundo tinha sido cravada no meu coração feito uma estaca de vampiro.
Assim que esse é um assunto que sempre me inquietou. Não, não o da minha mãe a quem, aliás, eu já perdoei no ano passado. Mas o da fidelidade ou a idéia de uma relação monogâmica, estável e duradoura. E o que fazer com todas outras possibilidades? Como dominar a metralhadora giratória do desejo?
Sugiro um pequeno livro (121 páginas) sobre esse grande assunto: Monogamia. O autor, o psicanalista inglês Adam Philips, não tem nenhuma dúvida de que "a monogamia é a única questão filosófica séria". E se é uma "questão" é porque não há uma equação definitiva sobre o tema, mesmo porque não se trata de um julgamento moral. Mas a surpresa da abordagem está em aceitar a monogamia também como um ato de libertação. Isso depois de tantos anos em que o cinema ou a literatura, enfim, fizeram um tremendo esforço em tornar careta o casamento enquanto glamourizavam a galinhagem. A verdade é que, querendo ou não, a tal união monogâmica, estável e duradoura sobreviveu aos tempos modernos. E mais, faz sucesso.
Mas antes que se comemore a vitória da pantufa contra o salto alto é preciso compreender as razões do outro lado. Atire a primeira pedra aquele ou aquela que, estando numa relação monogâmica, nunca ficou olhando para as saídas de emergência, imaginando estar justamente ali, atrás de uma porta qualquer, o ser perfeito que irá lhe redimir daquela vidinha ordinária. A infidelidade é a ressurreição do desejo.
Adam Philips, entretanto, vê semelhanças nas atitudes daqueles que são monogâmicos e daqueles que não são. Ambos são idealistas quanto as suas convicções. Diferentemente dos céticos, esses é que são desalentadores, porque já partem para suas experiências convencidos de que se decepcionarão.”
É por essas e por outra que eu adoro pinguim.