Deslize -

Deslize - E você é capaz. Para isso, não se incomode com coisas pequenas, com obstáculos que aparecem do nada, com gente que não vale a pena. Simplesmente leve a sua vida de acordo com os seus valores, seguindo a trilha da sua consciência. Não se deixe levar pela irritação, a raiva; não aceite provocações, não se incomode com a opinião de pessoas mal intencionadas. Não caia nessas armadilhas - é só desgaste e perda de tempo. Agir assim é um desafio diário, mas vale a pena.
- Chuck Palahniuk -

23 outubro 2010

Absolut Shot



Não sei nem o que dizer.

Pelo menos no Japão eles me entendem.
Para Japão, leia-se China, Korea(s), Taiwan e todos esses vários japoneses.


09 outubro 2010

Som em silêncio.




Precisava agora de uma massagista.
Características específicas: Gorda, bem gorda. Dedos grossos e pesados. 59 anos. Russa. Meio loira, meio grisalha. Mal-humorada. To imaginando aqui uma camiseta meio larga (pra ser larga nela tem que ser tamanho XXXL), listrada horizontalmente, branco e cinza.
Ela tinha que falar só russo. E ficar aquele clima de acordo entre as partes, de que ninguem queria falar nada mesmo. Entre um gemido de dor e outro, ela saberia exatamente onde devia pegar mais pesado. Com gestos, pediria para dar especial atenção aos meus antebraços. Nesse momento, lágrimas escorreriam dos meus olhos, juntamente com urros de dor. O medo atravessaria meus olhos. A velha, ao se dar conta que ainda tem alguma coisa próxima de sentimentos, em algum canto daquele coração pequeno, gelado e amargo, aliviaria a pressão dos fortes dedos. Sim, essa seria a minha massagista velha/gorda/russa, fria e amarga. Mas o medo, nesse momento, não é de todo ruim. Aquela enxurrada de adrenalina vem e, logo depois, relaxamento. Ao me deparar com aquele breve momento afetuoso da senhora de camiseta listrada, com apenas um olhar, pediria que não parasse, deixando transparecer que é dolorido mas que alguma coisa de masoquismo há nas dores musculares.
Quando tu vai em um massagista, tu sabe que ele não quer conversar. E tu, muito menos. Mas não adianta, o silêncio incomoda a maioria das pessoas. Logo, o desconforto te pega dos dois lados. Ou existe uma conversa, e isso é desagradável, já que o que voces dois querem é ficar quietos e cada um fazer a sua parte, ou fica aquele silêncio, desagradável pra maioria, e invariavelmente interrompido por amenidades, como tempo, futebol, "a vida" e outros assuntos que ninguem fala por vontade própria por aí.
Eu sou apaixonado pelo silêncio, e por tudo que ele traz junto. É impressionante a quantidade de informação que - estranhamente - o silêncio pode trazer das pessoas. Ele, é claro, tem o poder de trazer paz, só que ele tambem tem o poder de trazer inquietação, e são dois sentimentos tão contrários e distantes. Mágico silêncio.
Quer saber uma coisa legal? Eu consigo escutar musica bem alta no fone de ouvido, e mesmo assim estar em silêncio.
Mas a nacionalidade da minha massagista pouco tem a ver com o silêncio. Está bem mais relacionada ao simples fato de ela ser uma russa e, bom, todo mundo sabe que de russos, só o que podemos ter é medo.

04 outubro 2010

Postergar é viver.



E é quando tu te pára querendo falar e escrever tanta coisa, que só um gravador de voz – e um posterior livro – poderia suportar e acompanhar.
Mas não, (ainda) não tenho um gravador de voz e (ainda) não estou pronto pra escrever um livro. Logo terei e logo estarei.
Muita gente que eu conheço que tem blog, volta e meia tá por alí dizendo que faz tempo que não escreve, que anda sumido, que logo vai voltar a escrever bastante.
Tenho esse incrível poder de deixar quase tudo pra depois. A magia de postergar tudo que você pode. E quase tudo pode. Mas quem te embala depois disso? A culpa, óbvio.
E-mails tem uma excelente ferramenta chamada “marcar como não lido”. Nenhuma outro botão é mais apertado por mim do que este. Recebe o e-mail, lê o e-mail, seleciona o e-mail, marca como não lido. Perfeito. Ele segue amarelinho, destacado, tu segue olhando pra ele e ele segue te dizendo que tu tá devendo. A culpa. Eu estou sempre devendo, pra mim mesmo. Devendo e-mails, devendo ligações, devendo respostas, devendo posts, conversas, visitas. Trato sempre de não fazer alguma(s) dessas, pra poder ficar sendo cutucado por mim mesmo, lembrando-me que devo. Que ainda tenho que.
Em minha defesa (contra mim mesmo), alego que tenho trabalhado bastante. Estou inteiramente contente com isso, tenho me dedicado horrores pra todas as coisas novas que tenho descoberto nos ultimos tempos.
Mas... as culpas seguem acumulando. Alguns vários e-mails “não lidos”, posts por aqui que quis fazer e não fiz, e várias outras modalidades de faltas que tenho comigo mesmo.
Vale lembrar que a dor nos meus antebraços é bem grandinha, e que isso é fator somatório nas minhas não-postagens, não-emails, não-respostas e afins. Digitar, depois de tudo que passo de horas na frente do computador durante meu dia, tem sido sacrificante.
Bom, não é de todo ruim e “sacrificante” não é uma palavra que denote impossibilidade.
Depois de algumas desculpas esfarrapadas, dou algumas atualizadas do amigo enrolãozinho aqui.
  • Ando feliz com esse lugar que estou morando. Começando a me acostumar e a gostar. Sou completamente apaixonado pelo meu Brasil e isso faz eu ser um chatão por aqui as vezes, achando defeitos e mais defeitos nessa sociedade que tanto acredita ser a melhor. Sigo sendo chato, não gosto de quem fala mal do Brasil, e estou curtindo cada vez mais as coisas daqui.
  • Após ter passado por épocas de controversos vícios em seriados como Dawson's Creek e Felicity, e óbvios e unânimes vícios em seriados como Friends, House e Seinfeld, passo agora por um fortíssimo vício nos recém descobertos Six Feet Under e How I Met Your Mother. O primeiro, uma série mais séria, deve ser considerado um drama, é a história de uma família que é dona de uma funerária. Cada capítulo começa com uma morte e depois todos os sucessivos acontecimentos para o velório dessa pessoa. Em meio a isso são as histórias de todos os personagens: a mãe e seus três filhos. O pai morre, mas como é no primeiro capítulo, posso contar. Vício pesado. O segundo seriado é uma comédia, bem do estilo Friends. São 5 amigos que vivem sua vida entre um dos apartamentos e um bar. Friends são 6 e eles vivem tomando cafés no Central Perk. How I Met Your Mother são 5 e eles vivem tomando cerveja e whisky num bar. Sabe quando tu se apega aos personagens? É por aí, já anda difícil passar um dia sem ver um episódio que seja. Vício com elevados graus de dependência.
  • Estou aprendendo a andar de skate. Nunca fui fã disso que vive quebrando as pessoas, mas ando curtindo esse aprendizado. Sigo não achando legal ou inteligente aquelas mil rampas, degraus, pulos e (especialmente) corrimãos. Se arrebentar de graça não é comigo. Mas ando gostando de dar uma volta, calçadão, beira da praia, esse clima. Mas subir alí, se empurrar e pronto. Uma descida pra te ajudar e descansar a perna que embala é o ápice. Não passa disso.
Esses dias vim aqui pra botar um vídeo e não consegui. Estranho. Há pouco tempo postei um – do Madredeus – e me gabava por ter aprendido. Desaprendi.